CIDADANIA
Raízes Soltas, Sonhos Plantados: História de uma Imigrante Ucraniana
O que leva uma mulher nascida na Ucrânia a trocar a sua terra natal por uma ilha no meio do Atlântico? Para Oksana Kerekesh, a Madeira era apenas mais um nome nos mapas escolares, até que, aos 30 anos, se tornou o palco da sua vida. Apesar dos desafios que teve de enfrentar, Oksana encontrou, através da arte, as chaves para reinventar o conceito de lar a milhares de quilómetros de distância das suas raízes. Esta é a história de uma vida marcada pela superação, pela dança e pela procura de um futuro como cidadã portuguesa.
Diana Martins, Maria Inês Rocha, Margarida Velez Dias, Matilde Abrantes
A migração tem-se afirmado como um dos temas centrais da sociedade contemporânea, marcada por intensos fluxos de pessoas em busca de melhores condições de vida, segurança e oportunidades.
No entanto, o debate público em torno dos imigrantes continua frequentemente dominado por estereótipos e estigmas. Com frequência, a imagem dos imigrantes é associada à pobreza, ao desemprego e à dependência de apoios sociais. Alguns discursos políticos disseminados pelos media, retratam os imigrantes como uma ameaça ao mercado de trabalho nacional, acusando-os de retirar oportunidades aos trabalhadores portugueses. Soma-se a isto, a perceção negativa de que os imigrantes não se esforçam por integrar-se, de que não aprendem a língua do país de acolhimento e não demonstram interesse pela cultura local ou de que procuram impor as suas próprias tradições, crenças ou religião.
Estas narrativas hostis e parciais, não capturam toda a complexidade e diversidade das experiências migratórias A história que aqui contamos é uma celebração do sonho, da paixão pela dança e da força de quem constrói pontes entre culturas.
Voltas e Piruetas
Oksana Kerekesh nasceu e cresceu no noroeste da Ucrânia, em Lutsk, uma das cidades mais antigas do país. Situada nas margens do rio Styr, Lutsk oferece um equilíbrio único entre o dinamismo urbano e a tranquilidade rural. Segundo Oksana, esse contraste define a experiência de quem ali cresce.

A sua infância foi marcada pela simplicidade e pela proximidade com a natureza. Durante as férias, a agitação da cidade cedia lugar ao ambiente pitoresco de uma vila rural, onde os avós cuidavam de animais e as crianças podiam brincar livremente. Foi nesse cenário, cercada pelos laços familiares, que Oksana começou a interiorizar os princípios de resiliência e união comunitária, que mais tarde a guiariam em terras portuguesas.
Desses tempos de infância, Oksana recorda o seu encanto pelos ritmos e movimentos. Desde que se lembra, pulsava forte a paixão pela dança. Era ainda muito jovem quando ouviu falar, pela primeira vez, de uma academia de dança que visitaria a sua escola para recrutar novos alunos. Quando o dia finalmente chegou e os escolhidos foram anunciados, Oksana teve o seu maior desgosto: a seleção era restrita aos rapazes. Entre aplausos e elogios, assistiu ao seu irmão mais novo a conquistar a vaga e ao seu sonho a ser adiado.
A sua mãe não hesitou em intervir, conseguindo convencer a academia a aceitá-la. No entanto, as condições eram desafiadoras: sem um par para dançar, Oksana apenas participava como substituta nas aulas. Ainda assim, manteve-se firme e dedicada em todos os treinos, enquanto esperava pela oportunidade de mostrar o seu talento.
Finalmente, chegou o dia em que apareceu um rapaz disposto a ser o seu par. Embora fosse inexperiente, aceitou-o de imediato. Não pretendia alcançar a perfeição, apenas a oportunidade de fazer o que amava. E, com essa chance, floresceu.
Mais tarde, enquanto já estudava Educação Básica para se tornar professora do primeiro ciclo, integrou um grupo de dança mais avançado. Com o seu par, formaram uma dupla que rapidamente se destacou em competições, alcançando títulos em campeonatos locais. Paralelamente, começou a dar aulas de dança, e percebeu que a satisfação de partilhar o seu conhecimento era tão grande quanto a de atuar. O desejo de aprofundar os conhecimentos levou-a a ingressar na Universidade Humanitária do Estado de Rivne, onde concluiu a licenciatura em Coreografia de Salão.
Mas, assim como as danças de salão, a vida é feita de voltas e piruetas. E em 2005, Oksana deu um passo ousado, ao escolher a Madeira como o palco da sua vida.
Rumo à “Pérola do Atlântico”

Oksana embarcou numa jornada que mudaria a sua vida para sempre. Acompanhada pelo filho pequeno, Volodymyr, deixou para trás a Ucrânia e seguiu rumo à Madeira, uma ilha que, até então, só conhecia através das aulas de geografia. “Sabia onde ficava Portugal e o arquipélago da Madeira pelos mapas, mas nunca imaginei que um dia viveria aqui”, recorda.
O convite para a mudança veio do seu marido da altura, Yuri Tsikhotskyy, que já estava estabelecido na ilha e que desejava reunir a família. “Ele chamou-me, e eu fui sem hesitar. Apenas segui a família e o meu coração”, conta Oksana. Na época, o medo de enfrentar o desconhecido não a impediu de aceitar o desafio.
Percurso feito por Oksana desde Lutsk, Ucrânia até Caniço, Madeira, Portugal (Gerado por anim8map.com)
Tal como acontece com muitos imigrantes, os primeiros momentos em Portugal não foram fáceis para Oksana. A barreira linguística, as diferenças culturais e até os novos hábitos alimentares tornaram a sua adaptação num desafio diário, exigindo esforço e paciência. “Foi um processo complicado, cheio de altos e baixos, foi demorado. Eventualmente, foi melhorando aos poucos”, admite.
A chegada à Madeira trouxe consigo dificuldades inesperadas. Uma das primeiras foi a adaptação à condução nas estradas montanhosas da ilha, que se revelou um processo de aprendizagem exigente. O papel central do futebol na cultura portuguesa também teve um impacto significativo. Embora na Ucrânia o desporto também tenha grande popularidade, Oksana encontrou em Portugal uma intensidade diferente. “O futebol aqui é quase uma segunda religião. Por vezes, chega a ser um pouco excessivo”. O maior contraste, contudo, surgiu no universo da dança: “Na Ucrânia, é natural que qualquer homem saiba dançar uma valsa; faz parte da nossa cultura”. Em Portugal, por outro lado, deparou-se com uma certa relutância por parte dos rapazes. A dança é frequentemente vista como uma atividade predominantemente feminina e, por isso, repudiada. “Não tenho nada contra o futebol, mas por vezes parece ocupar tanto espaço que acaba por restringir a atenção dada a outras formas de arte, como a dança”.
Apesar dos desafios, Oksana vê cada obstáculo como uma peça essencial no puzzle da sua adaptação. Para ela, viver em Portugal foi mais do que aprender novas rotinas, foi descobrir as singularidades de uma cultura que rapidamente se tornou parte de quem é. E a calorosa receção dos madeirenses facilitou a integração: “O povo madeirense é muito amigo. Ajudaram bastante. Acho que é um povo mesmo espetacular.”
No entanto, a trajetória de Oksana também reflete os desafios administrativos enfrentados por imigrantes. O processo de legalização, que incluiu múltiplas visitas ao consulado e a necessidade de dominar a língua portuguesa, foi demorado e burocrático. A lentidão e a complexidade dos processos administrativos são um obstáculo recorrente para quem deseja obter a cidadania portuguesa.
Do visto à Nacionalidade Portuguesa
A experiência da imigração é marcada por desafios e conquistas, refletindo o esforço de quem procura construir uma nova vida num país diferente. Para muitos, este percurso culmina no desejo de pertencer plenamente à nova sociedade, o que torna a obtenção da nacionalidade um marco importante. Seja para garantir direitos iguais, para reforçar o sentimento de pertença ou para abrir portas a novas oportunidades, o processo de naturalização é um passo significativo na integração de quem escolheu fazer de Portugal a sua casa. Neste contexto, é essencial compreender os requisitos, os procedimentos e as vantagens associadas à nacionalidade portuguesa.
Para os imigrantes que desejam tornar-se cidadãos portugueses, o caminho nem sempre é simples e as dificuldades que estes enfrentam variam muito dependendo do seu país de origem. Enquanto cidadãos europeus beneficiam de processos simplificados devido à livre circulação no espaço da União Europeia, cidadãos não-europeus enfrentam obstáculos adicionais.
Para imigrantes de fora da Europa, o primeiro desafio é a obtenção de um visto de trabalho, estudo ou reagrupamento familiar, necessário para entrar legalmente em Portugal. Só depois podem solicitar uma autorização de residência junto da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que substituiu o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em 2023. Estas autorizações precisam de ser renovadas regularmente durante os cinco anos que antecedem o pedido de naturalização, envolvendo custos elevados, que podem variar entre 500 € e 3.000 € ou mais, e burocracia complexa, exigindo uma série de formulários e comprovativos a submeter periodicamente.
Para além disso, documentos emitidos fora da União Europeia, como certidões de nascimento, devem ser traduzidos por tradutores certificados e legalizados nos consulados portugueses, um processo muitas vezes lento e dispendioso. Mesmo após cumprirem os requisitos legais, cidadãos não-europeus enfrentam ainda dificuldades para comprovar laços com Portugal. Barreiras linguísticas, diferenças culturais, precariedade laboral, falta de redes de apoio e, por vezes, discriminação tornam a integração mais lenta e podem atrasar ou condicionar o processo de naturalização.
Por outro lado, cidadãos europeus beneficiam de um percurso mais direto. Graças à livre circulação, não necessitam de vistos ou autorizações prévias. Se antes era apenas necessário registar na câmara municipal, neste momento, há uma nova lei à espera de promulgação que irá mudar esta forma de registo, a lei de nacionalidade. O reconhecimento automático de documentos da UE, a proximidade cultural e os laços históricos facilitam a integração e a comprovação de vínculos efetivos com a sociedade portuguesa.
O processo de naturalização em Portugal exige, de forma geral, que o candidato tenha vivido legalmente no país por pelo menos cinco anos, possua conhecimentos básicos da língua portuguesa e não tenha antecedentes criminais graves. É também necessário demonstrar ligações com Portugal, que podem ser sociais, culturais ou profissionais. Outras vias incluem o direito de sangue jus sanguinis (disponível para filhos ou netos de portugueses), o nascimento em território português, ou o casamento ou união de facto com um cidadão português, após três anos de convivência comprovada.
Foi em meados de 2012 que Oksana se tornou, oficialmente, cidadã portuguesa. Para a imigrante ucraniana, este momento foi muito mais do que um simples reconhecimento legal, foi a confirmação de que Portugal se tornara uma parte essencial de si mesma. “Hoje em dia, posso dizer que esta cidadania significa tudo, porque é aqui que está a minha vida toda agora”, reflete. Para ela, ser cidadã portuguesa é mais do que uma formalidade, é um compromisso com o lugar onde construiu a sua vida, um espaço que lhe deu novas oportunidades e que abraça com gratidão.
Oksana Kerekesh acredita que o apoio a imigrantes pode ser melhorado através da simplificação de processos burocráticos e da implementação de políticas públicas de integração cultural. A sua experiência destaca a importância de esforços por parte dos imigrantes para aprender a língua e compreender a cultura local, ao mesmo tempo que enfatiza a necessidade de acolhimento por parte das comunidades de destino.
Os desafios e oportunidades referidos acima refletem-se de forma evidente nas tendências migratórias observadas ao longo dos anos. A análise de dados sobre a imigração ucraniana em Portugal, por exemplo, oferece uma visão clara de como fatores económicos, legais e sociais impactam os fluxos migratórios e a integração das comunidades imigrantes no país. Os gráficos a seguir ilustram essas dinâmicas, destacando as variações no número de imigrantes ucranianos em diferentes períodos e os fatores que influenciaram essas mudanças.
Nos anos analisados, a Ucrânia emergiu como um dos principais grupos de imigrantes em Portugal. Em 2001, ucranianos representavam 35,6% dos imigrantes de países do Leste Europeu, com um total de 45.233 pessoas. Contudo, entre 2002 e 2003, observou-se uma queda acentuada, com uma redução do número de imigrantes ucranianos para 16.916 (2002) e 2.546 (2003). A redução abrupta pode estar associada a questões relacionadas à regularização legal, condições de trabalho e mudanças económicas tanto em Portugal quanto na Ucrânia.

Já no segundo gráfico, de 2011, verifica-se um total de 33.790 cidadãos ucranianos residentes no país, representando 8,6% da população imigrante. Este número reflete um crescimento em comparação aos dados de 2001, o que indica uma recuperação e estabilização da presença ucraniana no território português.

A análise dos gráficos evidencia que, apesar das flutuações iniciais, os ucranianos consolidaram a sua posição como uma das comunidades estrangeiras com mais expressão em Portugal ao longo da década de 2001-2011. Este padrão reflete a importância de políticas públicas adequadas para integrar grupos migratórios em situações de vulnerabilidade.
Atualmente, vivem em Portugal cerca de 60 mil cidadãos ucranianos, segundo dados da Pordata divulgados no relatório Dia Internacional dos Migrantes (dezembro de 2023). A comunidade representa 3,9% da população estrangeira residente no país e é a quinta maior nacionalidade de imigrantes, atrás das comunidades brasileira, britânica, cabo-verdiana e italiana.
A presença ucraniana em Portugal ganhou expressão a partir do início dos anos 2000, fruto de motivações económicas e da procura de melhores condições de vida. Com a invasão russa da Ucrânia, o número de ucranianos em Portugal voltou a crescer. De acordo com o mesmo relatório, em setembro de 2023, mais de 57 mil cidadãos fugidos da guerra beneficiavam do regime de proteção temporária em território português.
A União Europeia contava, no mesmo período, com cerca de 4,2 milhões de pessoas sob proteção temporária, concentradas sobretudo na Alemanha (28%) e na Polónia (23%), os dois países que acolheram a maioria dos refugiados ucranianos.
Do “Prestige Dance” ao Coração dos Madeirenses
Assim que chegou a Portugal, Oksana sabia exatamente por onde começar: no Clube de Dança Desportiva “Prestige Dance”. O clube foi fundado pelo seu então marido, em 2003, e era um projeto associado a uma atividade inovadora na região- a dança desportiva (danças clássicas e latinas), que foi levada a várias localidades: Machico, Calheta, Funchal, Caniço, Gaula e Caniçal.
Apenas 2 meses após a sua chegada, Oksana já tinha conquistado um pequeno grupo de alunos na Calheta, com quem começou a partilhar a sua paixão pela dança. Determinada em superar a barreira linguística, aprendeu rapidamente o vocabulário necessário para ensinar os passos e, mais tarde, começou a dominar o português. A sua presença no clube tornou-se indispensável e, de professora dedicada, evoluiu para líder natural, assumindo a coordenação e organização do clube.
Oksana encontrou no “Prestige Dance” uma forma de não só se conectar com a comunidade local, mas também de levar a sua própria cultura para o público português. Foi através da dança desportiva, uma linguagem que dispensa palavras, que encontrou uma forma de construir uma ponte entre dois mundos aparentemente distantes. Hoje, o clube é um símbolo dessa fusão cultural e social. É um sucesso.

A professora, com os seus espetáculos e participação em provas, revolucionou a forma como se vê a dança desportiva na Madeira e levou muitos a praticá-la. Foi assim que Prestige Dance revelou o seu potencial e se ergueu como o estúdio com o maior número de atletas federados em todo o país. Hoje, tem cerca de 150 dançarinos, com idades entre os 3 e os 70 anos, que já conquistaram vários títulos nacionais e internacionais, incluindo Campeonatos do Mundo e da Europa. Mas a história não fica por aqui: ao nível das exibições, o clube participa e organiza festivais, espetáculos, workshops, formações e vários eventos na região.
Sempre com a constante ambição de alcançar novos objetivos, Oksana tornou-se recentemente jurada de competições de danças de salão e sente-se muito orgulhosa de si mesma: “Foi uma grande conquista porque para ser jurada de prova tem que se ter nacionalidade portuguesa, então eu fiquei especialmente feliz”.
Começou da estaca zero, numa terra desconhecida, onde a única certeza que se mantinha era o fascínio pelas danças de salão e a motivação para continuar a ensinar. A treinadora sente-se realizada por transmitir a tanta gente o gosto pela valsa, o tango, o cha-cha-cha, o rumba, o paso doble e muitos outros estilos, acompanhada pelo seu filho Volodymyr Kerekesh e Mariana Menezes.
Oksana a atuar com os alunos do Prestige Dance (Facebook de Funchal Cidade Educadora)
Oksana não só se adaptou à vida portuguesa, como passou a contribuir ativamente para a atividade cultural da ilha.
“Já me sinto mais portuguesa do que ucraniana”
A vida de Oksana em Portugal é um exemplo de como a migração pode não apenas transformar a vida de quem parte, mas enriquecer a sociedade que acolhe de braços abertos. Com o destaque que deu à dança desportiva na Madeira e o impacto que deixou em centenas de alunos, Oksana Kerekesh sente que a sua caminhada não foi apenas uma história de superação pessoal, mas também uma contribuição significativa para a comunidade madeirense. “Este país deu-me tanto, e eu tento retribuir todos os dias, através do meu trabalho e da minha dedicação à comunidade”.
A sua experiência migratória deixa claro que a possibilidade de uma vida repleta de amor e conforto não está apenas no que nos é familiar. “Eu sinto que sou um pouco de ambos os mundos”, afirma, referindo-se à dualidade cultural que agora define a sua identidade. “E o que mais desejo é que a minha história inspire outros a acreditar que podem criar raízes fortes em qualquer lugar.”
Oksana encara o futuro com otimismo e determinação, vendo a Madeira como o lugar ideal para continuar a evoluir: “Gosto de estar aqui e quero continuar a fazer muitas coisas, a sentir-me preenchida e a dar o melhor de mim”.
As raízes ucranianas permanecem vivas em solo português. Oksana faz questão de preservar tradições importantes, especialmente no convívio familiar. “É importante que um dia os meus netos saibam de onde vêm.” Este equilíbrio entre as duas culturas, longe de ser um peso, é ,para ela, uma mais-valia.
No entanto, com o tempo, a ligação de Oksana à Madeira tornou-se tão forte que, atualmente, sente-se mais conectada com a sua nova casa do que a terra que a viu nascer. “Neste momento já me sinto mais portuguesa do que ucraniana”, revela, destacando que, por mais que as raízes nos definam, é o que cultivamos ao longo da vida que realmente nos torna quem somos.
Etapas de vida de Oksana (Realizado pelas autoras com imagens do facebook de Oksana Kerekesh)