Revolta

Ativistas de clique

As redes sociais servem cada vez mais de palco para a manifestação de vários tipos de revolta que se podem traduzir em discurso de ódio, intolerância e exclusão. Mas, afinal, como se revoltam as pessoas nas redes sociais e porquê? Qual a verdadeira dimensão desta prática online? Até que ponto as revoltas online são reais?

Diogo Nascimento, João Nuno Sousa, Julia Gibelli, Maria Beatriz Batalha

“Nunca se mudou o mundo com um gesto tão simples como clicar em algo”

A revolta nas redes sociais

O estudo How social learning amplifies moral outrage expression in online social networks aponta que “a revolta é uma emoção com consequências importantes para a sociedade: motiva a punição das transgressões morais, promove a cooperação social e catalisa a ação coletiva em prol das mudanças sociais. Ao mesmo tempo alega que esta tem sido “culpada por abrigar os distúrbios da sociedade, incluindo o crescimento da polarização política, a difusão da desinformação e a erosão da democracia. Algumas pessoas especularam que as redes sociais podem exacerbar estes problemas ao amplificar a revolta. Contudo, as provas para verificar esta tese são escassas”.

(tradução da introdução do estudo feita pelo grupo)

Atualmente, o conhecimento acerca do fenómeno da revolta quando praticado nas redes sociais é ainda pouco aprofundado. Neste artigo pretendemos “levantar um pouco o véu” sobre esta temática cada vez mais central na nossa sociedade.

Em outubro de 2022 contavam-se 4.74 mil milhões de utilizadores de redes sociais em todo o mundo, o que corresponde a 59.3% da população mundial. Estes são dados do relatório Global Social Media Statistics, realizado em 2022 pela empresa de consultoria digital Kepios. As plataformas mais usadas são o Facebook, com 2.9 mil milhões de utilizadores, o Youtube, com 2.5 mil milhõese o Instagram, com 1.4 mil milhões(excluindo o Whatsapp, por ser uma rede social de natureza diferente).

De acordo com o mesmo relatório, foram os jovens quem mais utilizou as redes sociais em 2022. As faixas etárias dos 13 aos 19 anos e dos 20 aos 29 anos reúnem juntas quase metade dos utilizadores ativos de redes sociais (45.3%). Ao refletir sobre estes dados, surgiu a necessidade de fazer uma sondagem rápida à forma como certos indivíduos, adolescentes e jovens adultos, se manifestam nas redes sociais exprimindo sentimentos de revolta quanto a temas concretos que são debatidos com frequência e intensidade no espaço digital. Para tal, elaborámos e aplicámos um inquérito sobre esta temática.

O questionário é constituído por duas partes. Primeiro, surgem questões que permitem uma breve caracterização dos inquiridos em termos de género e idade. Segue-se uma pergunta que tem como objetivo saber se estes têm ou não redes sociais e, em caso afirmativo, quais são, dentro das opções Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e LinkedIn. As opções de resposta correspondem às plataformas mais comuns em Portugal que têm um conjunto de funcionalidades mais abrangente (partilha, publicação, comentário, gosto e chat) e que, por isso, melhor servem o propósito do inquérito.

A secção seguinte avalia a forma como quem responde se manifesta nas redes e fora das mesmas. As questões colocadas são na sua maioria de escolha múltipla e incidem sobre assuntos específicos, o que nos facilitou a análise das respostas dadas: alterações climáticas, movimentos antirracismo, movimentos feministas, movimentos LGBTQIA+ e movimentos anti-vacinas, temas muito discutidos nas redes e com relevância para a população jovem. As perguntas colocadas pretendem aferir de que forma quem responde se manifesta sobre cada assunto, e as opções de resposta são: “gosto”, “comentário”, “partilha”, “publicação” e “nenhuma das anteriores”.

Em resposta aberta, foi dada a oportunidade aos respondentes de mencionarem outros movimentos sociais sobre os quais se manifestem online.  As duas perguntas que fecham o questionário interrogam os participantes sobre como manifestam a revolta sentida fora das redes sociais, se já tomaram parte de alguma manifestação de revolta, qual a causa dessa manifestação, e, se não o fizeram, quais as principais razões.

O questionário foi elaborado pelo grupo de trabalho na ferramenta Google Forms e aplicado, por ser mais fácil e viável, atendendo às condicionantes de tempo, a alunos da Escola Superior de Comunicação Social e a indivíduos conhecidos dos elementos do grupo, através da partilha do link do mesmo. De ressalvar que este questionário não foi validado cientificamente e a amostra recolhida não é estatisticamente calibrada. Como foi referido no início, a ideia foi realizar uma auscultação rápida e partiu de intuições dos elementos do grupo acerca deste assunto. No entanto, as informações obtidas permitem-nos algumas considerações sobre esta matéria, servindo este artigo como alerta para a necessidade de se aprofundar de forma mais rigorosa e científica esta problemática.

Os jovens e as redes sociais

Todos os 76 respondentes são utilizadores de redes sociais. Dentro das cinco opções de redes sugeridas (Instagram, Facebook, Twitter, Tiktok e Linkedin), 56.6% utilizam quatro ou mais plataformas e só um inquirido utiliza apenas uma rede social, neste caso, o Instagram.

Apesar de a amostra ser limitada e não representativa, o facto de a totalidade dos indivíduos que responderam ao inquérito ser utilizador de algum tipo de rede social online é um sintoma da preponderância destas plataformas na vida dos jovens.

Para nos ajudar a compreender melhor as dinâmicas interativas das redes sociais e o fenómeno da revolta nestas plataformas, falámos com Pedro Pereira Neto, Doutorado em Ciências Sociais, na área da Comunicação Política, pelo ICS-UL, Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Comunicação, pelo ISCTE-IUL e Professor Adjunto Convidado da ESCS-IPL.

Em entrevista, Pedro Pereira Neto explica o motivo de o uso destas ferramentas de comunicação ser cada vez mais universal e como estas se tornaram fulcrais  nos exercícios cívicos e de poder.

Redes como palcos de revolta

As pessoas tendem a revoltar-se quando percebem que uma norma moral foi transgredida, e mostram essa mesma revolta com o objetivo de que não se volte a transgredir essa determinada norma. No fundo, com a revolta, o que se pretende é melhorar ou assegurar alguma coisa, como a justiça social, por exemplo.

Conclui-se também que a revolta expressa nas redes sociais está sujeita a fatores alheios às convicções morais, tais como o feedback que poderá receber, já que muitas vezes se molda em função do mesmo para obter mais reações positivas, e a própria maneira como as pessoas se revoltam, que pode ser ajustada para se tornar mais “relatable” (relacionável) entre os pares da pessoa que se revolta.

Das 76 pessoas que responderam, 61 interagiram com movimentos antirracismo e 59 com movimentos feministas, fazendo destes os movimentos com maior número de pessoas a interagir. Em contrapartida, apenas 7 interagiram com movimentos antivacinas.

Na tabela que se segue estão elencados os movimentos referidos no inquérito, juntamente com os tipos de interações presentes nas redes sociais referidas acima e as respostas dos inquiridos, em percentagem.

Com exceção das respostas relativas ao movimento antivacinas, que teve adesão consideravelmente menor do que os restantes, as percentagens de cada movimento variam menos de 10% entre si. Ou seja, a percentagem das interações permanecem sempre na mesma faixa percentual.

É possível perceber, também, que entre as interações – gosto, comentário, partilha e publicação – as mais usuais são gosto e partilha (por ordem); contudo, os valores variam de movimento para movimento. O comentário e a publicação são os tipos de interação menos utilizados.

A larga maioria das pessoas prefere partilhar ou interagir com as publicações da autoria de terceiros que traduzam a sua própria revolta a manifestarem essa mesma revolta por palavras (ou ideias) suas. A própria dinâmica das redes sociais, através de interações como a partilha e o gosto, não requer que quem se manifesta produza um discurso próprio e personalizado, promovendo uma tendência de reprodução de uma determinada opinião ou ideia, que pode percorrer milhares e milhões de ecrãs de utilizadores sem qualquer modificação.

Ainda que possam funcionar como espaço de debate, no qual é possível a expressão de opiniões discordantes, as redes sociais são muitas vezes terreno fértil para a disseminação de discursos polarizados, que aí ganham uma visibilidade que não têm fora do ecrã.

O número pouco expressivo de pessoas que comentam e publicam pode também relacionar-se com o facto de essas interações requererem mais cliques para serem realizadas, enquanto basta só um toque para partilhar algo ou colocar um “gosto”. Quanto mais simples for a interação, mais as pessoas a utilizam.

A página Movimento Contra o Assédio, movimento da sociedade civil de combate ao assédio sexual e moral no meio académico, dá testemunho do que é começar um movimento cívico a partir das redes sociais. Nascido em janeiro de 2022 e já com a organização de uma manifestação no currículo, os fundadores da página realçam a importância das redes sociais na divulgação do projeto, já que tem sido através destas plataformas que os estudantes mais interagem com a iniciativa – como através do envio de mensagens diretas ou de submissão do formulário de denúncias elaborado pelos membros do movimento e disponível na página do movimento . É também através das redes que estabelecem contactos e fazem parcerias com outros movimentos.

“As redes sociais permitiram uma maior agilidade no contacto e troca de ideias com outros núcleos e coletivos das diversas Universidades de Lisboa. É através das redes sociais e da internet que mantemos contacto com outros projetos deste tipo pelo país. As redes sociais permitem uma interação mais rápida e frequente fulcral para este tipo de projetos”.

Em relação à interação com o público, admitem alguma dificuldade em perceber a influência do projeto nas pessoas que com este contactam nas redes: “a facilidade de seguir projetos destes a partir de casa faz com que muitas pessoas se limitem a partilhar os nossos posts ou a colocar um like; na verdade, torna-se mais difícil compreender a realidade das pessoas que realmente nos acompanham e anseiam por uma mudança estrutural no meio académico.”

Apesar de a revolta ser anterior às redes sociais, estas vieram dar visibilidade a quem não tinha. Vozes antes mudas têm agora uma ferramenta que lhes permite amplificar o seu grito de revolta.

Do Smartphone para as ruas

À pergunta de resposta aberta “Já esteve envolvido em algum tipo de manifestação fora das redes sociais? Se sim, quais?”, 40.8% dos respondentes respondeu que sim, 6.6% respondeu que não e os restantes 52.6% não responderam, respostas assumidas como “não se aplica”, neste contexto. Nas respostas dadas foram mencionados movimentos que não constavam do questionário, como: movimentos anti-guerra, manifestações políticas, manifestação pela vida, manifestações em prol da saúde mental, manifestações no contexto escolar (como exigir melhores condições).

Apesar de menos de metade daqueles que responderam terem afirmado já ter participado em manifestações cívicas, os que o fizeram, na maioria dos casos, participaram em mais de uma ocasião. Por exemplo, um dos respondentes assume ir todos os anos à marcha pela visibilidade trans, à marcha de 8 de março, à marcha do 25 de abril e a manifestações em prol do ambiente e contra o racismo. 

Imagens partilhadas no perfil do Instagram Movimento Contra o Assédio.
Fonte: Instagram

O Movimento Contra o Assédio assinala a discrepância entre a aderência por parte do público aos conteúdos postados online e as iniciativas do movimento: “Fora da internet a ação mais preponderante que apresentámos até hoje deteve-se na manifestação, onde estiveram presentes cerca de 200 pessoas. Em contrapartida, o post de apresentação da manifestação obteve mais de 650 likes”. Estas evidências são aquilo que Pedro Neto apelida de “ativismo de clique”.

No que diz respeito à questão: “Se limitou o seu ativismo às redes sociais, não o traduzindo em ações fora das mesmas, porque é que o fez?” as respostas foram variadas. Entre as 19 respostas obtidas, podemos contar razões como: o comodismo que a manifestação online permite e a presença física não, a falta de conhecimento aprofundado sobre determinada causa para se aliar a esta e o medo das consequências que podem advir da participação numa manifestação e, citando, “Parece-me que os movimentos (que apoio) quando mudam o plano inicial e/ou passam para para a ação são sempre distorcidos ou mais ajustados a uma causa não tão fiel ao que penso sobre tal”. Também surgem motivos como o sentimento de dever cumprido pela manifestação feita nas redes, juntamente com a sensação de que se pode ser tão ou mais efetivo através destas.

Entre os fatores que contribuem para um grande volume de manifestações de revolta através das redes sociais que não se transpõe para a ação cívica real, Pedro Pereira Neto salienta a sensação de impunidade: “É mais fácil ser vocal, sobretudo porque, tendencialmente, sentimos que não há nenhuma represália no sentido físico do termo. Há a ideia que tudo vale em espaços online porque pode não haver uma entidade sancionatória ou descobrir quem são os agentes da ação pode ser muito trabalhoso.”

A revolução não vai acontecer no nosso ecrã

Existem bastantes revoltas que se têm prolongado no tempo e que representam problemáticas sociais transversais a toda a humanidade, como é o caso da luta contra o racismo. Apesar de representarem causas globais, estas lutas têm expressões diferentes nos mais variados pontos do globo, consoante as dinâmicas de cada sociedade. Se por um lado, o desenvolvimento tecnológico, e com ele a internet e as redes sociais, tem contribuído para uma maior consciencialização destes problemas sociais e para uma unificação da causa. Por outro, tem também favorecido uma tendência de movimentos de revolta digitais, que tèm substituindo, a pouco e pouco, as dinâmicas ativistas de comunidade. Há uma necessidade urgente de intervenção local,  ações locais que despontam pequenas transformações são a base para as grandes mudanças que impactam o mundo inteiro.

Ainda que as redes sociais possam servir para ações cívicas importantes como instrumento de comunicação e divulgação, vivemos perante a necessidade de gestos de mudança reais e concretos.  Como referiu um inquirido sobre ativismo fora das redes sociais, “o ativismo não pode só ser feito nas redes sociais digitais. Lá estamos separados, somos indivíduos. Temos de nos unir na rua. Só assim conseguimos ser ouvidos e marcar a diferença.”

Imagens publicadas no perfil do Instagram The Revolution Will Not Happen on Your Screen.
Fonte: Instagram

O movimento The Revolution Will Not Happen On Your Screen é expressão desta ideia, tal como definem na sua página de Instagram: “a movement that brings to the streets an active and critical participation based on inclusion, equity and social diversity”. É um movimento que não defende uma causa única, antes a luta interseccional, “queremos assim criar pontes entre projectos, associações e pessoas”, partilham.

A sua atividade online assenta sobretudo na partilha de informações sobre injustiças, manifestações ou outros eventos, até de outras páginas, associações ou movimentos, que possam ajudar a construir uma sociedade mais activa civicamente, já que acreditam que “a informação é a chave da mudança e que uma população informada será mais dificilmente manipulada.”

Nas suas palavras: “O Movimento The Revolution Will Not Happen On Your Screen quer trazer, para as ruas, para os movimentos e para as lutas pelos Direitos Humanos, uma participação activa, crítica e justa com base na inclusão, equidade e diversidade”. Para isso, estão presentes na co-organização de manifestações com outras associações. Organizam workshops que aplicam técnicas de design ao activismo para ajudar pessoas a pensar e divulgar as suas próprias lutas.

Entre as associações com as quais colaboram estão várias organizações feministas, anti racistas, antifascistas, anti capacitistas, pelos direitos lgbtqiap+, pelo acolhimento de refugiados, por justiça climática e defesa dos direitos humanos. Tomam parte na organização e/ou divulgação dos eventos promovidos por essas mesmas associações.

A partilha de datas de manifestações, dados sobre as causas que defendem e até mesmo
projetos de outras associações ou entidades é frequente na página do movimento
The Revolution Will Not Happen on Your Screen.
Fonte: Instagram

Apesar de bastante críticos do uso das redes sociais digitais, utilizam-nas como ferramenta de divulgação, “Acreditamos que a verdadeira mudança é feita nas ruas e nos poderes políticos, mas usamos todas as ferramentas ao nosso alcance para chegar à mudança e as redes sociais são exatamente isso: uma ferramenta”.

Pedro Pereira Neto é veemente em relação à utilidade das plataformas sociais digitais: “Se há uma ferramenta que facilita a partilha e divulgação de informações, mesmo sendo falsas, é o mundo online.” Um exemplo de divulgação, mobilização e concretização de ações através das redes sociais foram os atos golpistas ocorridos no dia 8 de fevereiro de 2023. Apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, popularmente apelidados de “bolsonaristas”, tomaram a Praça dos Três Poderes (praça que abriga as sedes dos três poderes constitucionais) em Brasília, capital do Brasil.

O ato de terrorismo, como o definiu Lula Da Silva, atual Presidente da República, foi convocado mediante o envio de mensagens em grupos no WhatsApp e Telegram constituídos por “bolsonaristas”. Foi através destas redes que os quase 4000 golpistas se organizaram de forma a chegarem à capital.

Mensagens enviadas em grupo bolsonarista no Telegram no início de janeiro de 2023.
Fonte: Reprodução/g1

Contudo, “a ferramenta presta-se àquilo que quem se serve dela quiser que ela se preste”, como foca Pedro Pereira Neto. Neste caso, as redes sociais foram utilizadas como meio para incitar atos de violência e vandalismo que culminaram na ocupação e depredação dos edifícios do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional, situados na Praça dos Três Poderes.

Também o desenrolar dos acontecimentos foi partilhado em várias redes sociais, como o Instagram, por participantes da ocupação, o que ajudou a trazer mais pessoas para a Praça dos Três Poderes, e que pode ainda contribuir para a identificação de envolvidos por parte das autoridades.

Para Pedro Pereira Neto uma coisa é certa: “Em última análise, se há coisa que continua a poder ser afirmada sobre a relação das sociedades com a tecnologia é que esta relação dependerá sempre do que define essa sociedade.”

Ainda que longe da neutralidade, as redes sociais são uma importante ferramenta de expressão e comunicação no mundo pós-moderno. As plataformas online têm um grande potencial agregador de pessoas e ideias, a esperança é que sejam um meio para fomentar revoltas, e não o fim das próprias revoltas. Não se faz a mudança só com ‘ativistas de clique’.

Bibliografia

Datareportal (2022, outubro).Global Social Media Statistics. Datareportal. https://datareportal.com/social-media-users#:~:text=Analysis%20from%20Kepios%20shows%20that,since%20this%20time%20last%20year.

Brandy, W. J., Crockett, M. J., Doan, T. N.  & McLoughlin, K. (2021, agosto). How social learning amplifies moral outrage expression in online social networks. ScienceAdvances. 

https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abe5641

Questionário: A revolta nas redes sociais em forma de ativismo. Google Forms (elaborado pelos redatores)
https://docs.google.com/forms/d/1Q-QjBHNUjTZ50dj6xIy9EkH4BXlqINKcvkxl8uUTWuY/edit

The Revolution Will Not Happen on Your Screen (s.d). Instagram.
https://www.instagram.com/therevolutionwillnot/

Movimento Contra o Assédio (2022). Instagra
https://www.instagram.com/movimento.assedio.lisboa/